Se tem uma coisa que criança faz, acho que desde que sai da barriga, é testar os limites dos pais.
Por mais boazinha que seja, ela usa de seus recursos pessoais para tentar conquistar aquilo que deseja. Algumas percebem logo que não irão conseguir o que querem, já outras são um pouco mais insistentes.
De acordo com a faixa etária em que se encontra, dos recursos de comunicação que já tem desenvolvido e do nível de paciência e tolerância dos pais, a criança poderá ser melhor sucedida ou não na sua tentativa.
A criança que já fala, ficará como um papagaio na sua orelha repetindo a todo momento o que quer . A que apenas resmunga, ficará resmungando. E a que só sabe chorar, ficará chorando. No caso da Isabela, ela se encontra nesta última situação.
É claro que não foi a primeira vez que ela quis algo que não era o momento, mas o dia do Polenguinho foi um marco em nossas vidas. Foi o dia em que a mocinha mostrou do que é capaz.
Era domingo, hora do jantar, todos em casa já na ressaca do final de semana, quando a mocinha que estava saboreando sua sopinha super nutritiva avistou na despensa a caixa do Polenguinho. Talvez eu ainda não tenha contado, mas ela adora queijo. De tudo quanto é tipo, mas em especial o queijinho processado da caixinha azul.
Mas voltando ao caso. Assim que ela avistou a caixinha, com uma mão ela apontava e com a outra empurrava a colher em que eu oferecia sua comida. Daí para começar o chororo foi uma questão de pouquíssimos minutos. Não tinha o que eu dissesse ou fizesse para ela continuar comendo. A única ideia que me ocorreu no momento foi parar o jantar e tirar a pequena de cena. Mudei de cômodo e levei-a para se distrair no seu quarto. Não sabia se daria certo, mas estava decidida a não ceder, afinal se ela conseguisse o Polenguinho naquele momento, tudo o que já havia trabalhado para garantir bons hábitos alimentares, estava correndo o risco de voltar à estaca zero.
Depois que ela se acalmou e já parecia ter esquecido, voltamos para a sala e foi só ela ver novamente o seu objeto de desejo, para tudo recomeçar.
Como resolvemos a questão? Tirando o Polenguinho do seu campo de visão. Enquanto o pai voltou com ela até o quarto, guardei o queijinho em outro lugar e assim quando ela voltou, não tinha mais o que lembrá-la da vontade de não comer o jantar.
Alguns minutos depois, ela voltou a resmungar, mas aí já era de fome, pois tinha largado seu jantar logo no começo. Voltamos para a mesa, ela limpou o prato e ainda saboreou a sobremesa.
Final feliz, não é mesmo? Também acho. Mas apesar de parecer tudo simples assim, não é uma situação muito fácil de se contornar. Em meio ao cansaço natural do cotidiano, a paciência vai ficando com o limite cada vez menor e chega um momento que você acredita que não dará conta e que acabará cedendo.
Fácil não é, mas é possível. Nós como pais temos a árdua tarefa de educar nossos filhos e esta é a parte difícil da relação. É difícil, mas é nosso papel ensinar para nossas crianças a diferença entre certo e errado, o momento adequado para cada coisa, a importância de se ter hábitos saudáveis, as regras de gentileza e tantas outras coisas que farão delas pessoas de bem.
Fica a minha dica: não desistam nunca, pois o sucesso dos filhos de vocês depende muito de como vocês conduzirão os primeiros anos de suas vidinhas.