Lado B

birra

Fonte da Imagem: http://www.94fm.com.br/geracao/2012/10/12/fazendo-manha/

Outro dia eu estava sentada entre duas amigas e comentei que eu só posto o lado lindo da minha relação com a Isa, mas é claro que esta não é toda realidade. Afinal, somos humanas e temos sentimentos como todos os outros.
Na ocasião eu estava apenas contando para elas sobre o dia em que eu estava fazendo um bolo e a Isa pegou, abriu e deixou cair o fermento em pó no chão e que eu só percebi quando o desastre estava feito.
Mas isto não é nada perto daqueles momentos em que ela resolve testar o meu nível de paciência com atitudes que eu realmente não gostaria de ver na minha pequena.
Querendo eu ou não, ela é uma pessoinha que tem demonstrado uma personalidade muito forte. Isto somado às características da faixa etária, faz com que haja enfrentamentos que mexem muito comigo.
Ela bate o pé, diz não, chora e já chegou a bater. Tudo isto para demonstrar o quanto está contrariada com a negativa que recebeu. Já senti vontade de chorar diante destas situações, mas só vontade, pois por mais difícil que seja eu preciso me manter no controle.
Tirá-la de cena, segurar com firmeza sua mão, falar em seu ouvido com autoridade e carinho ou deixá-la chorar um pouco no meu colo. Não sei o que é certo, mas são alguns dos recursos que uso para tentar fazê-la se acalmar. Na maior parte das vezes resolve, pois assim como começa, passa.
Muitas vezes, quando somos espectadores em uma situação como esta, fazemos os nossos julgamentos e acreditamos que é falta de limite e que falta pulso firme na mãe. Mas quando somos os personagens nesta história, percebemos que nada é como parece ser.
Assim como nós mães nos sentimos incomodadas, desconfortáveis, impacientes e constrangidas em uma cena pública da famosa birra e muitas vezes não sabemos ao certo o que devemos fazer e lançamos mão do que acreditamos que surtirá efeito, a outra parte da relação está passando pela mesma confusão de sentimentos. Crianças da idade da Isa, por volta dos 2 anos, estão fazendo tentativas de expressar o que sentem. Elas ainda desconhecem outra maneira de mostrar que estão nervosas, irritadas e querendo muito algo que lhes foi negado.  Ou seja, a confusão de sentimentos está dos dois lados.
É com muita calma e paciência que nós devemos ensinar às crianças outras maneiras de se expressar. É nossa obrigação com elas não ceder simplesmente aos seus desejos ao mesmo tempo em que tentamos acalmá-las e mostrar que as compreendemos. Nestes momentos o sofrimento delas é verdadeiro, pois o que para nós não é nada, para elas é o maior problema do mundo.
Se eu disser que é fácil, talvez seja a maior mentira que já tenha contado. Mas é possível colaborar para o desenvolvimento emocional dos nossos pequenos. Precisamos ser observadores de suas ações e reações e buscar sempre uma solução que engrandeça e não apenas adie problemas.
Não, eu não tenho receitas prontas e não acredito que elas existam. Apenas sigo errando e acertando nas tentativas de fazer o bem para minha pequena.

Até a próxima!

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